22 junho 2005

Texto Antigo

Comecei. Agora eu só saio daqui depois de escrever no mínimo trinta linhas. Mas não podem ser trinta linhas quaisquer, têm quer ser trinta linhas originas, diferentes, engraçadas, comoventes e inovadoras. É isso! Vou copiar alguma coisa de alguém. Deixa-me procurar alguma coisa pra ler...Hum... Calma aí... Achei! Pronto, não vou citar o nome do responsável senão vão saber que eu estou plagiando e talvez queiram me difamar, o que é muito difícil por que minha fama não pode ser pior, eu vou começar outro parágrafo para demonstrar que as próximas palavras não serão exatamente minhas.

É muito difícil encontrar alguma coisa para escrever quando não se tem a vida muito interessante. Se bem que eu acho que quem mais escreve é quem não faz muita coisa e tem tempo para ficar imaginando alguma coisa para escrever. Peraí! Eu estou fugindo do assunto. Eu parei de plagiar o carinha que eu acabei de ler e estou começando um novo assunto me baseando na minha falta de criatividade. Ou será que não? Será que o que eu li foi exatamente sobre isso? Já estou imaginando o título: “Manual para quem não tem o que escrever”. Seria um livro de auto-ajuda para pessoas sem criatividade, assim como eu, e que querem parecer um pouco mais inteligentes do que são na verdade. Escrevendo alguma coisa que possam mostrar para mais do que duas pessoas. Mas como é que eu vou mostrar isso para alguém? Criando um blog?

Não, depois eu vou ter que atualizar com outros textos inteligentes para confirmar que eu não sou tão burro e sem criatividade como eu realmente sou. Mas eu posso colocar isso em um blog de algum amigo, pedindo para que ele não me identifique, é claro.

Isso já está ficando complicado demais. Eu já li muita coisa, e se eu já li muita coisa, é porque tem muita coisa escrita, se já tem muita coisa escrita, é porque muita gente já escreveu, e se muita já gente escreveu, é porque não deve ser tão difícil assim. Porque a partir do momento em que várias pessoas fazem a mesma coisa, essa coisa deixa de ser complicada e passa a ser simples. Ou não? E se a partir do momento em que várias pessoas passam a fazer determinada coisa, essas mesmas várias pessoas passarem a se sentir profissionais no assunto e, logo, críticas em potencial de todos aqueles que não forem eles mesmos? Fudeu! O que vai ter de gente dizendo que esse texto é uma merda não está no gibi!

Quanta prepotência. Imaginar que muitas pessoas vão ler essa merda e que essas mesmas pessoas vão comentar alguma coisa. Caso eu mostre isso para alguém, o que com certeza vai acontecer porque vocês sabem como todo escritor é egocêntrico e gosta de mostrar o que ele escreveu para qualquer pessoa que esteja a uma distância em que ele possa segurar a pessoa pelo braço e forçá-la a ler o que ele escreveu, quem me garante que a pessoa vai ter uma opinião a respeito dessas já quarenta linhas (consegui!)? Quem me garante que quem vai ler isso não vai simplesmente olhar para a minha cara e dizer: “É, até que tá legal”. Porra! Eu me esforço pra caralho, tiro tudo o que tem dentro dessa cabeça (o que não é muita coisa), desisto de copiar alguma coisa de alguém, pra depois vir um desgraçado e dizer “É, até que tá legal”.Vão se fuder! Eu não vou mostrar isso aqui é pra ninguém!


PS: eu escrevi esse texo há muito tempo, quando eu ainda achava que era feliz. Hoje em dia...

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